terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ato Solene de Entrega da Documentação para o Tombamento Estadual do Clube 24 de Agosto

No último dia 6 de dezembro o Clube 24 de Agosto viveu um momento de grande emoção e esperança para a comunidade.
Contando com a presença de diversas autoridades locais, professores, pesquisadores, vereadores, secretários municipais e o representante do prefeito municipal, o Clube 24 fez a entrega da documentação exigida no processo de tombamento estadual, junto ao IPHAE, ao diretor do órgão de proteção patrimonial, Eduardo Hahn.
Bem emocionado, Eduardo afirmou aos presentes que esse processo é irreversível e que o tombamento se dará.
O pedido feito pelo próprio Clube, em maio deste ano, teve o apio da Secretaria de Cultura e Turismo do Município e de colaboradores agregados à causa.
Entendemos que esse processo de tombamento abrirá caminho para uma resolução da situação judicial da instituição, bem como incentivará que outros clubes negros façam esse pedido de tombamento, contribuindo, assim, para a valorização do patrimônio afro-riograndense e brasileiro.












segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Clube 24 de Agosto Entregará Documentação ao Presidente do IPHAE

Nessa terça-feira, dia 6 de dezembro, o Clube 24 de Agosto receberá novamente a visita do presidente do IPHAE, Eduardo Hahn, para a entrega da documentação do processo de tombamento da nossa querida instituição.
Contamos com a presença de todos nesse dia especial.
O ato solene de entrega da documentação acontecerá às 14:00 horas na sede do Clube que fica na Rua Augusto Leivas, 217.
 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Clube 24 de Agosto presente na abertura da 3ª Semana da Consciência Negra de Jaguarão

O Clube 24 de Agosto esteve presente na noite do dia 20 de Novembro no Círculo Operário Jaguarense por ocasião da abertura da 3ª Semana da Consciência Negra do município. Foi uma noite muito especial com a apresentação dos toques do Candombe feitos pelo Grupo Assessor de Candombe da Comissão Nacional de Patrimônio do Uruguai, com a presença de Périco Goulart, Juan Goulart e Waldemar Silva. Além do candombe fizeram parte do evento a Associação de Capoeira Zumbi dos Palmares de Rio Grande, conduzida pelo Mestre Saci, os quais promoveram um encontro da capoeira e do candombe.


Fonte: http://confrariadospoetasdejaguarao.blogspot.com/

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Clube 24 de Agosto participa da 3ª edição da Semana da Consciência Negra

Em parceira com a Prefeitura Munipal de Jaguarão, através da Secretaria de Cultura e Turismo e Universidade Federal do Pampa, o Clube 24 de Agosto integra a 3ª edição da Semana da Consciência Negra.
Segue abaixo a programação da Semana da Consciência Negra que tem início no dia 20 de novembro, domingo:

20 de novembro, às 19h, no Circulo Operário: abertura oficial da 3° Semana da Consciência Negra "Explicação dos toques tradicionais do tambor afromontevideano" com Waldemar Silva,José Pedro Goulart e Aquiles Pintos

21 de novembro, Unipampa:
8h45 Apresentação cultural grupo de dança Donos da Rua
09h abertura do I Seminário Consciência Negra na Fronteira
10h Palestra: “Filhos de Cam, filhos do
cão: o trabalhador escravizado na historiografia brasileira”. Dr. Mário Maestri
14h Palestra "La realidad esclavista uruguaya, a la sombra de la brasileña:una aproximación a los afroamericanos a la luz de los ejes de estudio de las ciencias sociales"Dr. Carlos Barros Pons
15h45 Momento artístico (escola municipal)
16h Palestra: Demografia dos trabalhadores escravizados: uma análise de Pelotas e Herval (1840-1859).Ms. Mateus de Oliveira Couto
18h Lançamento de livros
19h Relato de experiências das Escolas Municipais e das atividades do PET.Local:Clube 24 de Agosto

22 de novembro, Unipampa:
08h Momento artístico(SMED)
08h15 Palestra: Secuestro y trafico de esclavos em La frontera oriental - 1850 – 1870Ms. Eduardo Ramon Palermo
09h45 Momento artístico(SMED)
10h Palestra:Jandira Eloha Lopes:São Miguel dos Pretos: a construção de uma identidade.
11h oficinas
13h45 Momento artístico(SMED)
14h Palestra: O mito da escravidão negociada: dos escritores coloniais aos historiadores neofreyrianos. Ms. Hermerson Ferreira
15h45 Momento artístico(SMED)
16h Palestra: O papel do escravo na economia privada romana Ms. Deivid Valério Gaia

19h - Clube 24 de Agosto: apresentação cultural Ponto de Cultura Axé Raízes (Arroio Grande)

23 de novembro, Unipampa - 08h Momento artístico(SMED)
08h Palestra: A importância da Semana da Consciência Negra para região.Prefeito Cláudio Martins e Afranio Avila da Silva (Secretário de Turismo de Arroio Grande)
10h Palestra CAPA (Pelotas)
13h45 Momento artístico(SMED)
14h Mesa Redonda: Remanescente de quilombos.Lideranças de Comunidades Quilombolas
15h45 Momento Artístico(SMED)
16h Palestra:Dinâmicas entre os procedimentos administrativos para a regularização de territórios quilombolas a partir do decreto 4.887/2003 e as comunidades quilombolas.Sebastião Henrique Santos Lima (INCRA)

19h - Clube 24 de Agosto: Tambores de Angola

19h - 25 de novembro, Casa de Cultura
Encontro Municipal da comunidade de religião de matriz africana
Exibição dos vídeos da Festa de Iemanjá e São Jorge

26 de novembro, Clube 24 de Agosto - 17h Conferência Municipal "Saúde da população negra"

27 de novembro, Clube 24 de Agosto - 18h Concurso "Mais Bela Negra" e encerramento da 3° Semana da Consciência Negra

III Corversa Sobre Patrimônio





No dia 5 de outubro de 2011 ocorreu a terceira Conversa sobre Patrimônio promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão em parceria com a Unipampa. Essa edição teve como tema o Clube Social 24 de Agosto, o qual ofereceu um baile à moda antiga com o intuito de rememorar os antigos carnavais promovidos pela instituição.
Muitos foram os que se emocionaram com as histórias de Nergipe Machado, Tereza de los Angeles, Maria de Lourdes, Tia Mocinha e Aldaci e tantos outros que se animaram a contar suas experiências e histórias de vida direta ou indiretamente relacionadas ao Clube 24.
A conversa se deu de maneira agradável, ao som de marchinhas de carnaval e fotos antigas do Clube. No final todos se entregaram ao carnaval, dançando as marchinhas de mãos dadas.
Estiveram presentes, além dos sócios e comunidade carnavalesca, a Diretora do Patrimônio Histórico da cidade Andréa Lima, a Secretária Adjunta de Cultura Maria Fernanda Passos, os professores da Unipampa que fazem parte do Projeto Caiuá Al-Alam e Adriana Fraga e a professora da Escola Salis Goulart que pesquisou o Clube 24 Juliana Nunes.


Clube 24 de Agosto Completa 93 Anos

Na noite do dia 26 de agosto de 2011, o Clube 24 de Agosto realizou baile de aniversário pela passagem dos 93 anos de fundação da instituição.
O Clube 24 de Agosto foi fundado em 24 de agosto de 1918 por um grupo de amigos, dando destaque para as figuras de Theodoro Rodrigues e Malaquia de Oliveira. A ideia dessa fundação partiu por conta do impedimento que os negros sofriam, naquela época, de participarem dos clubes dos brancos.
O baile esteve radiante, com a presença de ilustres convidados, como por exemplo, o Prefeito Municipal Cláudio Martins, o Secretário de Cultura e Turismo José Alencar Porto, vereador Oberte Paiva, o ex-prefeito Henrique Knnor Filho, a sócia mais antiga do Clube D. Tereza de los Angeles, bem como todos os membros da diretoria, dentre tantos outros presentes em nossos salões.
A festa correu até altas horas, sendo comemorado com muitos vivas a passagem dessa data tão marcante para a sociedade Clube 24 de Agosto.

Presidente do Clube 24 Sr. Neir Madruga, soberana Marina Sousa e primeira dama Sônia Crespo





quarta-feira, 22 de junho de 2011

7º Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros

Plano Estadual dos Clubes Sociais Negros é aprovado no 7º Encontro do movimento clubista em Jaguarão/RS

Prefeito, desembargador do Estado, representantes do IPHAE e entidades negras participaram do 7º Encontro Estadual dos Clubes Sociais Negros, no fim de semana, que definiu as diretrizes do movimento clubista
 
Autoridades e representantes de entidades do Movimento Negro do Rio Grande do Sul marcaram presença no 7º Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros, realizado no sábado e domingo (18 e 19/06), no Clube 24 de Agosto, em Jaguarão/RS. Na programação do evento, organizado pelo Movimento Clubista do RS com apoio da Prefeitura de Jagurão, através da Secretaria de Cultura (SECULT),  os clubes sociais negros debateram e aprovaram o Plano Estadual dos Clubes Sociais Negros, que contém as principais diretrizes e estratégias de atuação do movimento para os próximos anos.
A abertura oficial do evento contou com a presença do prefeito de Jaguarão, Claudio Martins, do desembargador do Tribunal de Justiça do RS, Sejalmo Sebastião Neri, dos representantes do RS na Comissão Nacional dos Clubes Sociais Negros, Luis Carlos de Oliveira e Giane Vargas Escobar, dos coordenadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE). Robson Dutra Lima e Lidia Richiniti, do líder comunitário do Quilombo Madeira, Jadir Madeira, do diretor estadual de cultura do Movimento Negro Unificado (MNU), Mestre Chico. Também estiveram presentes os secretários municipais de Cultura, Alencar Porto, de Desenvolvimento Econômico, Paulo Vieira, de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Lizandro Lenz, e o vereador Obert Paiva, a diretoria executiva do Coletivo de Clubes Sociais Negros do RS, coordenadores regionais, presidentes e diretores de clubes sociais negros do Estado.
O anfitrião do Encontro, o presidente do Clube 24 de Agosto, Neir Madruga, saudou a participação de cada representante no evento que também simbolizou o apoio político do Movimento Clubista e da Prefeitura à entidade de 93 anos de história que enfrentou, após decisão da Justiça referente à uma dívida, um leilão para a venda da sua sede social. “Agradeço a todos que se unem a esta luta pela preservação desta história da comunidade negra de Jaguarão”, enfatizou. O clube foi fundado em 1918 por trabalhadores negros que se uniram em classe – a chamada “União da Classe”, no âmbito do Círculo Operário Jaguarense.
De acordo com o prefeito Claudio Martins, que reafirmou a sua “negritude” diante do público que lotou o salão, a principal ação afirmativa do seu governo foi a certificação do Quilombo Madeira, além da criação da Semana Municipal da Consciência Negra. “Nós avançamos muito, mas temos uma tarefa enorme enquanto ainda tivermos uma criança negra discriminada na sala de aula, pois sou professor e sei que a prática do racismo é velada e, portanto, a melhor solução é a consciência”, avaliou. O prefeito citou o tombamento de cerca de 600 prédios do centro da cidade como o primeiro patrimônio Bi-Nacional reconhecido pelo IPHAN, a Feira Bi-Nacional do Livro, com espaço para a literatura negra, e o Carnaval, que tem uma bonita integração com o candombe uruguaio. Claudio Martins elogiou a garra do presidente e da diretoria do clube 24 de Agosto, que lutam pela salvaguarda e preservação da sede e da história da entidade.
O exemplo de uma trajetória de superação na vida e trabalho foi demonstrado pelo desembargador Sejalmo Sebastião Neri, que quando criança foi menino de rua e através da dedicação nos estudos e no trabalho obteve diversas conquistas. Sejalmo foi eleito vereador por três mandatos em São Leopoldo e há 10 anos preside uma câmara no Tribunal de Justiça do RS. “Trago aqui minha solidariedade, pois tenho certeza de que o clube vai vencer esta batalha judicial para manter viva esta história”, ressaltou. Natural de Vacaria, Sejalmo é Bacharel em Ciências Sociais e em Ciências Jurídicas e Sociais. Ingressou na Magistratura em 1980, como Pretor e em 1982 foi nomeado Juiz de Direito. Exerceu a jurisdição nas comarcas de Arvorezinha, General Câmara, Ibiribá, São Sebastião do Caí, Rio Pardo e Porto Alegre. Foi Juiz Eleitoral e foi promovido a Desembargador do Tribunal de Justiça em fevereiro de 2000.

Após a cerimônia, um jantar de confraternização foi servido pelo Clube 24 de Agosto, com apresentações artísticas e culturais como o Mestre Chico, que abrilhantou o evento com o toque dos tambores e músicas afrobrasileiras.
Patrimônio Histórico
Uma boa notícia foi trazida à comunidade negra pelo representante do corpo técnico do IPHAE, o historiador Robson Dutra: “Estamos analisando a documentação e temos certeza que nos próximos meses o Clube 24 de Agosto, de Jaguarão, será um dos primeiros clubes sociais negros a garantir o tombamento no Estado”, afirmou. Robson explicou ainda os procedimentos necessários para que os clubes sociais negros busquem o registro como patrimônio imaterial ou até mesmo o tombamento.
Espaços de resistência e memória
A diretora técnica do Museu Treze de Maio, de Santa Maria, e representante do RS na Comissão Nacional de Clubes, Giane Vargas Escobar, agradeceu a parceria da Prefeitura para a a realização do evento de organização do movimento clubista para a construção de políticas públicas. “Nos clubes sociais negros, além de gostarmos de festas e atividades, também gostamos de mostrar organização para manter viva a nossa história e a nossa cultura”.
Para Luis Carlos de Oliveira, vice-presidente da Associação Floresta Montegrina, de Montenegro e integrante da Comissão Nacional, os clubes sociais negros contribuíram, ao longo da história, para a economia, esporte, recreação e cultura dos municípios e do Estado. “Nosso objetivo é deixar este relevante legado histórico e cultural para as futuras gerações e por isso são tão importantes as políticas públicas que auxiliem na salvaguarda e desenvolvimento de atividades nestes redutos da comunidade negra”, enfatizou.
Plano Estadual
O Movimento Clubista, envolve um número aproximado de mais de 100 clubes sociais negros, distribuídos em diversas cidades do Brasil, tendo no Rio Grande do Sul sua maior expressão, com 57 dos clubes cadastrados da federação. Entre estas entidades, algumas já completaram mais de um século de história como reduto permanente da cultura e hábitos dos negros de nosso país.
 
Entre as diretrizes aprovadas no Plano Estadual dos Clubes Sociais Negros do Rio Grande do Sul estão a parceria com o Governo do Estado para o desenvolvimento de projetos em diversas áreas, curso de capacitação dos gestores clubistas, reconhecimento como Patrimônio Histórico e Cultural Afro-Brasileiro, financiamento para os clubes sociais negros, auxílio em questões jurídicas, entre outros. Para a elaboração do documento, os clubistas consideraram a avaliação dos eixos aprovados na II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR), a legislação brasileira, o Estatuto da Igualdade Racial e as principais demandas dos clubes. No domingo, ao final do encontro, as entidades abordaram sobre o contexto estadual e nacional e chancelaram a Associação Floresta Montenegrina como representante do movimento para disputar uma vaga na eleição do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS (CODENE) para o biênio 2011-2013.

Para mais informações e notícias, acesse o Portal dos Clubes Sociais Negros do Brasil no endereço eletrônico: http://www.clubessociaisnegros.com.br .
 
Por: Lisandro Paim - Jornalista MTE 12878

Obs: favor divulguem esta importante notícia para os seus contatos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros

Com grande satisfação noticiamos que o Clube 24 de Agosto irá sediar o próximo Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros, na sua sede, localizada na Rua Augusto Leivas 217, nos dias 18 e 19 de junho de 2011.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Superintendente do IPHAN e diretor do IPHAE visitam o Clube 24 de Agosto

No sabádo, dia 28 de maio, pela manhã a superintendente do IPHAN, Ana Meira, e o diretor do IPHAE, Eduardo Hahn, realizaram uma visita ao Clube 24 de Agosto.
Ambos ressaltaram a importância do Clube 24 de Agosto como um patrimônio afro-brasileiro e valorizaram o espaço, que foi construído pela própria comunidade na década de 1970, por iniciativa de Rosamiro Faria.
O apoio à instituição social foi firmado por Ana Meira e Eduardo Hahn.
Estiveram presentes na visita dos representando do IPHAN e IPHAE, o presidente do Clube 24 de Agosto, Neir Madruga Crespo, a mestre em patrimônio Giane Escobar, representando o Museu 13 de Maio de Santa Maria, a professora Juliana Nunes que defendeu tcc sobre os carnavais do Clube 24 de Agosto e a professora de história da Unipampa Adriana Fraga.




terça-feira, 24 de maio de 2011

Clube 24 de Agosto Presente no Lançamento do Portal de Clubes Negros em Santa Maria

Na sexta-feira do dia 13 de maio estiveram em Santa Maria para o lançamento do portal de Clubes Negros a representante da secretaria de Cultura e Turismo de Jaguarão, Andréa Lima e o presidente do Clube 24 de Agosto, Sr. Neir Madruga Crespo.
Nesse encontro, receberam total apoio do movimento clubista em prol a causa do Clube 24 de Agosto, que sofre ameaça de perder sua sede social por conta de um leição, por dívidas com o Ecad.

Presidente do Clube Social Negro 24 de Agosto busca apoio junto ao Ministério Público Estadual e na Secretaria Estadual de Cultura.

O presidente do Clube Social Negro 24 de Agosto, Sr Neir Madruga e o Representante da Comissão Nacional de Clubes Sociais Negro/SEPPIR-PR,Sr Luis Carlos de Oliveira, estiveram em reunião no Ministério Público  Estadual, na tarde de hoje.
Os Representantes do Movimento Clubista Negro gaúcho foram recebidos no gabinete do Coordenador do CAO de Direitos Humanos do MPE/RS, Dr. Francesco Conti
Na reunião foram tratados  assuntos referentes à reabertura do processo de Leilão de Clube 24 Agosto.
Durante a reunião Dr. Conti , fez contato telefônico com a Juiza que esta cuidando da Ação Judicial Dra. Carolina da 2ª Vara do Forum do Município de Jaguarão afim de tomar ciência dos autos do Processo,comprometendo-se de agendar uma reunião entre  o representante do Clube com o  promotor que está cuidando do caso naquela cidade, Dr. Paulo Vieira.
Também estiveram presentes na reunião a Dra. Maria Cristina Maurente Netto e Dr. Marcelo Petry – Promotor do Município de Nonoai.
 
Em mesma tarde, Sr Neir Madruga acompanhou o Representante da Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros, Sr. Luis Carlos de Oliveira, a uma agenda na Secretaria de Cultura Estadual.
Nesta, foram recebidos pelo Secretário da pasta Sr Luiz Antonio de Assis Brasil, e sua Equipe técnica, onde fizeram uma  explanação da caminhada da construção do Movimento Clubista Negro Gaúcho,  como também uma apresentação visual de algumas imagens dos Clubes  Sociais Negros de nosso estado e elencando suas prioridades no que tange a manutenção destes espaços culturais como redutos da Cultura Afro Brasileira.
Também afirmaram a necessidade de aprovação projetos de Pontos de Cultura nestes  espaços , entregando ao secretário uma carta contendo demandas do movimento, que fora colocada como demanda no encontro do PPA da região Metropolitana.
O Secretário colocou-se a nossa disposição, mencionou o reduzido orçamento que sua pasta possui para o corrente ano, mas ao mesmo tempo tornou-se parceiro de nossas ações, dizendo-se aguardar nossos convites para atividades, como também fez questão de elogiar nossa organização, fazendo a citação de que não imaginava que nosso movimento estivesse organizado de tal forma.
 Em mesma fala colocou seus assessores a nossa disposição, deixando em aberto a oportunidade de novas agendas.
 
Em anexo demandas do PPA entregues e Fotos do encontro no MPE e SEC
 
Grande Abraço
 
Luís Carlos de Oliveira


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vídeo do Abraço no Clube 24 de Agosto


Fotos do Abraço no Clube 24 de Agosto





FONTE: http://confrariadospoetasdejaguarao.blogspot.com

Abraço no 24 de Agosto

Ontem de tarde, com a ajuda do tempo que nos presenteou com um dia quente, ocorreu o abraço no Clube 24 de Agosto.
Muitos foram os que se agregaram nessa grande confraternização, abraçando o 24, abraçando-se uns aos outros numa grande corrente de afeto e solidariedade a essa instituição que tantas histórias tem para contar e que guarda muitas memórias.
Obrigado a todos que estiveram em nossa sede, que apreciaram a exposição fotográfica e que abraçaram-na.

Reportagem sobre o Clube 24 de Agosto no jornal Zero Hora

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dívida com o Ecad ameaça fechar entidade centenária no RS

Clube negro de Jaguarão foi leiloado por dever R$ 2.801,61 em direitos autorais

Daniel Cassol, iG Rio Grande do Sul | 12/05/2011 16:52
Fundado no ano de 1918 por negros que não eram aceitos nas sociedades da cidade gaúcha de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, o clube 24 de Agosto, de atividades culturais, luta para não fechar as portas definitivamente. Uma dívida inicial de R$ 2.801,61 por direitos autorais com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) resultou no leilão do prédio histórico. Agora, os amigos do clube e a prefeitura municipal tentam pressionar a Justiça para reverter a decisão, denunciado supostas irregularidades no processo.

Segundo a advogada Francine Jacobs, que defende o “24 de Agosto”, o processo foi proposto pelo Ecad em 1998. Em 2007, com a dívida atualizada em R$ 5.327,55, o clube acabou indo a leilão e foi arrematado por R$ 44 mil por um dono de supermercado na cidade. Com recursos, a advogada conseguiu impedir a transferência do prédio para o comprador e o clube, por enquanto, funciona normalmente.

Foto: Daniel Cassol Ampliar
Fachada do clube 24 de Agosto, em Jaguarão (RS)
A proximidade da última decisão judicial no processo levou os amigos do clube e a prefeitura local a desencadearem uma campanha para que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul revise a decisão que autorizou o leilão. Francine argumenta que as cobranças do Ecad foram feitas de forma irregular e o prédio foi leiloado por um preço muito abaixo da avaliação de mercado. “As falhas no processo são graves que todo o processo é nulo”, sustenta.

Segundo Francine, a mensalidade que o clube 24 de Agosto deveria pagar ao Ecad, a título de direitos autorais, não ultrapassaria R$ 200, mas dados “completamente inventados” pelos funcionários comissionados da instituição teriam elevado o valor.

Ela acusa o Ecad de informar ao clube que o somatório da dívida estaria em quase R$ 100 mil. “No dia do leilão, o clube não sabia o valor da dívida. Se o clube tivesse conhecimento que fosse R$ 5,3 mil, o próprio comércio local teria ajudado a pagar a dívida. Além do mais não era preciso leiloar a própria sede, principal patrimônio do clube, mas outros equipamentos”, afirma.

Cobrada na Justiça, a dívida não teve contestação por parte do clube, que acabou perdendo prazos processuais seguidamente. Contratada após o leilão, a advogada também sustenta que a venda também representa uma nulidade. “A sede foi vendida pelo que chamamos ‘preço vil’, menos de um terço do valor de mercado”, sustenta. Arrematado por R$ 40 mil, o prédio foi avaliado em R$ 80 mil, mas seus defensores dizem que ele valeria na época cerca de R$ 140 mil.

O dinheiro está depositado judicialmente e o comprador não abriria mão de ficar com o imóvel. Em dezembro do ano passado, um agravo de instrumento interposto pela advogada do clube foi negado pelo desembargador Érgio Roque Menine, da 16ª Câmara Cível, porque estava fora do prazo legal. O mesmo desembargador deve julgar nas próximas semanas o embargo de declaração da advogada, que pede a anulação do processo. A assessoria de imprensa do TJ-RS confirmou que o processo está na pauta, mas não há previsão para o julgamento.

Procurado pela reportagem, o gerente do Ecad no Rio Grande do Sul, Alvino Souza, disse que o pedido de entrevista teria de passar pela assessoria de imprensa no Rio de Janeiro, que optou por encaminhar uma nota.

“A questão do Clube 24 de Agosto, de Jaguarão, Rio Grande do Sul, é ação judicial antiga, movida pelo Ecad cumprindo seu dever legal, em virtude da inadimplência do Clube, que fazia ampla execução de obras musicais, sem a necessária e prévia licença autoral específica”, diz o texto. Na nota, o Ecad diz que já foram tentadas, sem êxito, várias tentativas de acordo com o clube. “O Ecad permanece à disposição dos responsáveis pelo clube para a busca de um acordo para o pagamento”, completa o texto.

Atualmente, um abaixo assinado circula na internet pedindo a revisão do processo que levou o prédio do clube 24 de Agosto a leilão. Para o dia 15 de maio está previsto um abraço simbólico ao clube. Por decisão do prefeito municipal, Cláudio Martins, ele próprio militante do movimento negro, a prefeitura também atua no socorro ao clube.

“Desde o primeiro momento, trabalhamos junto reconhecendo o 24 de agosto como um espaço de memória, história e identidade da cultura afro de Jaguarão”, diz a secretária-adjunta de Cultura, Maria Fernanda Passos. A prefeitura e os amigos do clube devem encaminhar nos próximos dias uma ação no Ministério Público Federal.
 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Abrace o Clube 24 de Agosto!

Domingo que vem, dia 15 de maio, o Clube 24 de Agosto estará realizando mais uma manifestação em prol da manutenção de sua sede.
Desta vez, convidamos a comunidade a abraçar a sede social do Clube 24 que fica situada na Rua Agusto Leivas, 217.
O ato terá início às 14:00, com diversas atrações e exposição fotográfica sobre a história dos antigos carnavais do Clube.
Venha e participe, esse patrimônio faz parte da história de Jaguarão e faz parte da história do negro em nossa cidade.

Theodoro Rodrigues: Um Ilustre Desconhecido

Quando pensamos na história das cidades e das grandes civilizações, sempre vem à nossa mente nomes de homens que se destacaram dentre tantos outros membros que compõem determinada sociedade. Uma história dos grandes feitos e dos grandes homens
Em Jaguarão não foi diferente. Sempre nos lembramos do Dr. Alcides Marques, Odilo Gonçalves, Barbosa Neto, Carlos Barboza, dentre outras personalidades. Geralmente os nomes que se costuma perpetuar nos anais da história de um povo são membros das elites dominantes, ou seja, homens influentes, tanto no campo político, como nos campos econômicos e intelectuais. Essa, portanto, seria uma história “vista de cima”, a partir dos grupos dominantes.
Entretanto, a história também foi feita por outras classes sociais e aos poucos, foi-se dando destaque para esses “excluídos”, como os negros, as mulheres, as classes operárias, etc. Em nossa cidade também existe ilustres desconhecidos, aqui darei destaque a figura de Theodoro Rodrigues.
Esse homem nasceu em Jaguarão no ano de 1899, na Capela São Luís, no dia 9 de novembro e era filho de Virgínia Rodrigues. Sua paternidade até o momento não se pôde identificar e a partir disso já se pode deduzir que se tratava de um negro saído da escravidão, filho de mãe solteira.
Foi músico da fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria General Osório, ingressando nas forças armadas no ano de 1933; três anos mais tarde foi transferido para Porto Alegre, onde também exerceu a profissão de mecânico.
Lendo a história de Rodrigues, poderíamos considerá-lo como mais um homem simples, dedicado ao seu ofício e que primava pelo seu aperfeiçoamento para vencer as adversidades da vida. No entanto Theodoro Rodrigues teve participação ativa nos meios sociais jaguarenses.  No campo do esporte, foi sócio fundador do Jaguarão Esporte Clube, foi também sócio fundador da Sociedade Operária Jaguarense, hoje Círculo Operário Jaguarense, sendo por várias ocasiões presidente desta instituição e grande incentivador da formação de uma banda de música para os operários.
E seu grande destaque nos meios sociais jaguarenses, foi a fundação, em agosto de 1918, do Clube Social 24 de Agosto e do cordão carnavalesco dessa instituição, “União da Classe”. Esse talvez tenha sido um dos grandes legados de Theodoro Rodrigues, que, cansado de sentir a discriminação por conta de sua cor de pele e de ver a exclusão de seus companheiros negros, resolveu unir esforços e fundar essa tradicional agremiação. Há que se destacar ainda, que Theodoro pertenceu a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário na qual participou como festeiro ou juiz de devoção.
Homens como Theodoro Rodrigues devem ser cada vez mais vistos e lembrados; um cidadão simples, mas que deixou grandes contribuições para a sociedade jaguarense e para a comunidade negra local.

Juliana dos Santos Nunes (Professora de História)

Petição Pública: Ajude a Manter a Sede do Clube Social 24 de Agosto

Ajude-nos nessa luta!
O Clube 24 de Agosto junto com a comunidade, está se mobilizando para manter a sua sede social, situada na Rua Augusto Leivas, 217, na cidade de Jaguarão.
Está disponível, online, para assinatura uma petição pública.
Assinem e ajude a perservar a sede de um patrimônio afro-brasileiro.

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=clube24

Total apoio à luta do Clube 24 de agosto pela manutenção de sua sede social

"O Círculo Operário de Jaguarão tem o dever de apoiar o Abaixo-Assinado de apoio ao Clube 24 de Agosto da cidade de Jaguarão-RS na luta pela manutenção de sua sede social".

Manistação da direção do Circulo Operário, encaminhado a SECULT.

Fonte: http://secultjaguarao.blogspot.com/

Carta esclarecedora da advogada Francine Jacobs sobre o processo do Clube 24 de Agosto




Peço integral apoio a moção:http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=clube24 , pois as medidas judiciais até então tomadas não estão sendo suficientes para revertermos a injusta situação em que se encontra o Clube, que foi leiloado e arrematado por uma dívida questionável, que tomou por base calculos unilaterais e tendeciosos colhidos pelo ECAD, que não expressam a realidade, cujo valor (menos de R$ 6.000,00) era desconhecido da entidade e não foi atualizado até a data da arrematação, impedindo o pagamento da dívida pela entidade.

Não fosse apenas isso, tendo por base o baixo valor da dívida, outros bens do Clube deveriam ter sido leiloados: mobiliario, títulos..), antes da sede social, seu maior patrimonio.
Além disso, o imovel foi avaliado e vendido por um valor muito inferior ao valor de mercado, cerca de 1/3 do valor, o que configura, na linguagem juridica "o preço vil".

Regras e princípios legais e constitucionais não foram observados e o Clube foi levado a leilão.

O clube luta na Justiça para ver decretadas essas e outras nulidades de especial gravidade (chamadas no Direito de "absolutas"), a fim de anular a arrematação judicial.

É de conhecimento de todos quantos clubes sociais foram extintos em razão das abusivas cobranças cometidas pelo Ecad, que desprovidos de conhecimento técnico, tiveram suas sedes leilodas.

Assim, um dos Clubes mais antigos e tradicionais da região sul será fechado, por uma dívida, que, atualizada é inferior a dez mil reais.

Veja-se a importância do Clube no contexto social e histórico do município de Jaguarão, pois foi criado no tempo em que, em razão do preconceito racial, os negros não podiam freqüentar os mesmos locais que os brancos, tendo fundado, então, o CLUBE 24 DE AGOSTO, em 1918.

Hoje, se tornou, além de um Clube social, um espaço social de preservação da cultura negra, veja-se, por exemplo, que durante o mês de novembro/2010, sediou a “Semana da Consciencia Negra”, com ampla abrangência nacional e estadual.

Afora isso, o Clube foi decretado como de interesse público e, juntamente com a secretaria do patrimônio histórico do Município, se busca seu tombamento.

Veja-se, ainda, que, se declarada a anulação, não se verifica a possibilidade de prejuízo ao arrematante, pois, não houve o levantamento do valor arrecadado no leilão, que permanece depositado e, assim, logrando a incidência de juros e correção monetária, poderá recebe-lo de volta.



OBRIGADA PELO APOIO!



FRANCINE JACOBS

ADVOGADA DO CLUBE 24 DE AGOSTO

Fonte:  http://secultjaguarao.blogspot.com/

O Clube 24 de Agosto é Patrimônio Histórico e Cultural.

Reproduzimos do Blog Turismo em Jaguarão, carta do Professor Caiuá Cardoso Al-Alam em prol da mobilização em defesa do Patrimônio cultural e histórico que representa o Clube 24 de Agosto.


LUTA DO CLUBE 24 DE AGOSTO PARA QUE NÃO PERCA A SUA SEDE SOCIAL. NOSSO APOIO É ESSENCIAL!

Muitos devem conhecer o Clube 24 de Agosto.
Pois é, o clube existe desde 1918 e foi formado por um grupo de negros que tinham sua entrada nos outros clubes da cidade, negada.
A instituição desde esta data nunca fechou suas portas, funciona ininterruptamente.
Território negro por excelência, o 24 tem sua sede própria desde a década de 1970.
Construída a muitas mãos, este prédio ainda hoje é a sede do clube, estrutura que sustenta a sociabilidade de muitas gerações.
Há alguns anos, o Clube tem enfrentado dívidas com o ECAD. É sabido que esta instituição há muito tem suas práticas questionadas, por não representar papel social algum. Inclusive o Ministério da Cultura há tempos vem questionando a existência e as práticas desta instituição.
As dívidas acumuladas perante o ECAD, acabaram levando a hipoteca da sede do clube. A dívida inclusive já foi a leilão e comprada por um morador da cidade, mas ainda não foi executada pois algumas liminares asseguram ainda a posse do prédio ao Clube.
O processo de execução da dívida guarda muitos problemas e irregularidades: cito uma, a hipoteca deve ser feita aos poucos, vendendo os materiais internos por diante, e não como foi feito, onde de primeira o prédio foi avaliado pela dívida. O próprio ECAD também calculou capacidade de público de forma exorbitante em relação ao prédio, cobrando taxa abusiva. Repito que muitas questões são problemáticas no andamento deste processo. A advogada do Clube vem argumentando sobre estas questões e lista estes problemas a que me refiro. E as próprias atitudes do Desembargador que julgou o processo, demonstram um descaso com a questão, pois não leva em conta estes problemas e não aceita questionamentos.
Mesmo sendo difícil a reversão deste quadro, os membros do clube, assim como eu e outros indivíduos da sociedade, acreditam que sobre pressão e mobilização, este processo pode ser revisto.
Precisamos mobilizar não só a sociedade em geral, mas nossos representantes, para quem sabe uma intervenção do Ministério Público Federal ou outra estratégia possam salvar o prédio do 24 de Agosto. O tempo é muito curto...
Como território negro na cidade de Jaguarão, é sabido que existem muitos interesses para que este Clube se extinga, tanto na especulação imobiliária como quanto a aqueles que não aceitam e não respeitam as manifestações de tal grupo étnico.
Temos pouco tempo e toda força é mais que bem vinda!
Segunda-feira (02/05) haverá uma reunião às nove horas da noite na Câmara Municipal para que se construa uma moção de apoio à mobilização do Clube.
Para o dia das mães está programado à tardinha, um abraço ao prédio do Clube, acompanhado de outras atividades, com o objetivo de mobilizar a sociedade de Jaguarão em torno de tal questão e exercer pressão política.
Nesta terça-feira (03/05) às 19 horas na sede do Clube, haverá reunião aberta a todos para organizar esta atividade do abraço à sede do Clube. Todos são bem vindos!!!
Precisamos exercer a maior força possível de pressão política para que as autoridades revejam este caso do 24 de Agosto.
Trata-se de um território negro estabelecido, que com luta se faz presente e persiste nos dias atuais, como marca da reação à intolerância étnico-racial.
Por favor, espalhe este convite!
A UNIPAMPA e seu apoio são essenciais para esta luta!

Peço que aqueles que são solidários com esta causa, encaminhem um e-mail para mim, como forma de assinatura deste apoio (caiua_alam@yahoo.com.br).
Obrigado!
Um abraço a todos e obrigado pela atenção.

Caiuá Cardoso Al-Alam (Professor do curso de História)


sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Clube 24 de Agosto é um Quilombo!



Para mim o Clube 24 é um quilombo! Foi isso que D. Cibele, filha de um dos fundadores do clube, disse ao ser perguntada sobre o que representava essa instituição para ela. Continuando com sua exposição, logo em seguida voltou a dizer: “para onde os negros iam quando fugiam da escravidão? Era para um quilombo, pois é isso que o 24 é!”
            Voltando para casa, pensando no me que dissera D. Cibele, e ainda sem saber que significado tinha aquilo dentro de um contexto atual, lembrei do que passara seu pai e tantos outros negros que, por não terem opção de divertimento, fundaram aquele espaço.
            O sentido de quilombo que sabiamente D. Cibele passou diz respeito à repressão sofrida pela comunidade negra, não somente em Jaguarão, mas em todo Brasil, antes e depois da escravidão. Com a escravidão o sofrimento pelos maus tratos e pela longa jornada de trabalho e pela “coisificação” do negro como instrumento de trabalho.
            Depois da escravidão, já libertos, sofreram com o processo de integração na nova sociedade capitalista, industrial e de classes, baseada nos ideais positivistas de ordem e progresso, moralista e vigilante. Na virada de um século para outro (do XIX para o XX), foi necessário forjar sua etnicidade para que fossem moralmente aceitos nessa nova ordem social.
            Neste sentido, os negros que fundaram o Clube Social 24 de Agosto, se uniram em classe – União da Classe – dentro do Círculo Operário Jaguarense e como operários (o termo operário guarda o pertencimento étnico da comunidade à época da fundação do Clube, 1918) fundaram um novo quilombo dentro da cidade!
            Portanto, ao ouvir aquelas palavras, que fizeram minha pele arrepiar, entendi que o Clube 24 de Agosto, para aqueles que o fundaram e para a comunidade atual, é mais que um espaço de divertimento para os negros jaguarenses, é um espaço de expressão e liberdade!

Texto de Juliana Nunes.
Acadêmica do Curso de História da UFPel.

Créditos da Imagem: Baile Gaúcho no Clube 24 de Agosto. Acervo particular